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A idade de Adelaine - paralizada no tempo


10 estrelas (10)

Que maravilhoso filme. Simples, porém fresco, intenso e verdadeiro.
A parte narrada quase no início pode parecer um pouco aborrecida, mas não existia outra forma de apresentar a narrativa que fosse tão objectiva e não levasse demasiado tempo.

Daí para a frente a história desenvolve. E a história de The Age of Adaline - a Idade de Adaline (2015) é sobre o quê? É sobre... Adaline. Uma rapariga jovem que sofre um acidente de viação algo peculiar e, à medida que os anos passam, parece não envelhecer um único dia. A diferença de aspecto entre ela e a sua filha que na altura do acidente tinha 5 anos torna-se bastante evidente na entrada da idade adulta. A filha parece a mãe. Para o fenómeno inexplicável Adaline não encontra explicação e o seu caso começa a despertar o interesse do governo. Adaline vê-se obrigada a fugir e a mudar de identidade repetidamente. Ela é, para todo o sempre, uma jovem de 29 anos (embora aparente andar nos 32, 35, o filme ainda diz que ela devia ter menos). 

Aí o amor acontece... novamente. Mesmo na altura de mudar outra vez de cidade e identidade. Adaline resiste, mas a sua idosa filha pede-lhe para dar uma oportunidade e viver, ao invés de fugir da vida. Adaline vai atrás do homem que a cativou e os dois ficam juntos. Por enquanto... O passado atormenta-a e Adaline recorda constantemente um amor que ela interrompeu quando percebeu que ia ser pedida em casamento. Fugiu desse rapaz e nunca mais o viu. Apaixonada novamente, Adaline sabe que não poderá manter por muito tempo uma vida a dois, pois não envelhece. Ellie, o jovem entradote nos seus 30 e muitos pede-lhe para ir passar o fim-de-semana à casa de seus pais. Nesse preciso instante não é preciso dizer mais nada: mesmo sem existirem pistas, uma pessoa cinéfila como eu sabe o que vai acontecer: chegando lá, ela descobre que o pai do seu novo amor é, nada mais nada menos, que a sua anterior grande paixão.

E foi ver os dois chegarem à casa dos pais dele, a mãe vir cumprimentá-los na frente e nada do pai aparecer. Um clássico sinal do que vinha aí. Mas a maior surpresa desta cena nem foi a sua agradável predictabilidade mas o facto de o pai, ex-namorado de Adaline mais de 40 anos antes, ser interpretado por - nada mais nada menos do que... Harrison Ford.


Foi uma surpresa e deixem-me dizê-lo agradibilíssima a cada segundo. Até no cabelo, penteado de forma diferente, ligeiramente louro (ou era das luzes?), bem retratado nas roupas, na composição da personagem até pelos óculos de astrónomo. O ator é daqueles que fazem muito ao mesmo tempo e dão a entender que é facílimo, quando na realidade é complexo. Uma performance de se lhe tirar o chapéu, como sempre. Aliás, o filme é irreprensível neste aspeto. Só bons atores a darem bem!

Bem dirigido, com boa música, tem uma cena em que só podia ser Harrison Ford. Um detalhe, um pormenor, mas que me agradou bastante. Quando ele tem fortes suspeitas da verdadeira identidade de Adaline - que agora atende pelo nome de Jenny, ele corre, literalmente, por um caminho estreito até um barracão onde guarda velharias. Aí encontra fotografias que lhe vão dar certezas. Foi bom ver o "velhote" Harrison, que parece andar firme mas com dificuldade, a desatar a correr. Vê-se que ele coloca algum empenho em tornar as suas personagens realistas e, em algum ponto da história, dinâmicas. E não foi preciso ser super-herói de capa-espada e chicote ou trajar um fato futurista.

Os diálogos também fluem bem e tornam a história credível. Afinal, trata-se de ficção recambulesca. Mas parece tão plausível que se torna plausível. 

É um filme recomendadíssimo, que é apreciável do início até ao finalsinho musical agradável do genérico com os créditos. 

Só posso dar a este filme a pontuação máxima.

1 Say it / Quero Falar:

Estudante disse...

Tenho de ver :D

 
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