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Prometheus - o filme que promete mas não cumpre


04 estrelas (10)

Dou quatro estrelas a este filme porque já dei três a coisas bem piores. Quantos mais filmes se vê, mais difícil fica classificar com justiça. 

E porquê não dou mais?
Porque bons efeitos especiais já não bastam para cativar. E este é o aspeto mais forte e coerente neste filme. O resto? Uma fantochada. E permitam-me acrescentar que o casting foi muito, mas muito pobrezinho. Nossa, que atores canastrões!

Casting
Tirando a Charlize Theron que tem uma presença forte no filme, poucos dos seus colegas lhe chegam aos pés. E a protagonista? Que péssima escolha. Já que começo por aqui, tenho de dizer que o tempo todo o rosto da atriz esteve ali a incomodar a sua prestação, já de si pouco credível. Um rosto que faz lembrar o da cantora Cher após as plásticas para impedir que a sua pele apareça enrugada como a de uma mulher com os 60 e tal anos que realmente tem. 

Nem sei para quê inventaram um rosto alienígena, quando a protagonista já tinha um. Rosto alienígena aliás, a fazer lembrar uma fisionomia qualquer... depois lembrei (estes artistas já não têm muita imaginação). Os «criadores» que eles chamam por um termo menos adequado a um criador - engenheiros, deste filme fazem lembrar aquelas personagens azuis de James Cameron.



A história
É o lado mais fraco de todo o filme. E sem isso, nada cola. Onde começar? 
Logo no início a motivação para partir naquela aventura parece um pouco frouxa e o protagonismo «injectado» naquele casal é desproporcional. Eles querem ir para outro planeta em busca dos «criadores»? Tudo bem. Mas os diálogos, ai, que horror. E a postura arrogante do rapaz, que do nada se arma em espertinho, para depois a seguir estar desmotivado, sem sequer se esforçar para estudar o local e investigar. Tanto esforço e insistência para chegar até ali e depois assim que entra em contacto com a descoberta de um alienígena, dá uma vista de olhos de relance e diz: "Há, já vi, já podemos ir para casa". Mas faz algum sentido?

E depois morre pateticamente, sem luta, sem se tentar salvar. E nunca se entendeu bem o objectivo de ter sido propositadamente contaminado. Daqui para a frente a história só piora. Vemos a protagonista a entrar em histeria porque o guião assim o manda, para de seguida ela ter o seu momento à "Ripley", que é correr semi-nua pela nave, a mostrar a sua extrema magreza, tentando se ver livre de um extraterrestre que está a gerar no seu útero. Escapa das mãos dos médicos que procuravam a colocar a dormir e contudo, ninguém a persegue. O final do filme também é uma cópia do alien, e não o digo somente por terminar com a imagem desse monstro. Mas porque a heroína mímica "Ripley", sem ter um décimo do carisma da Sigourney Weaver. E também porque no final, o «robot» da história acaba desmembrado, sobrando apenas a cabeça, que jorra um líquido branco. Faz lembrar algo?

A meio
Dos acontecimentos, não se entende os desentendimentos imediatos que surge entre a tripulação - são totalmente forçados para serem convenientes ao guião. Menos se entende ainda porque é que assim que fazem a descoberta, dois idiotas perdem o interesse e decidem voltar à nave. Passados minutos, a equipa que ficou a recolher espécimes no local, é convocada a regressar por causa de uma tempestade e quando lá chega os outros dois ainda não regressaram. Tão inteligentes, decidem voltar sozinhos para trás e são péssimos navegantes? Não faz sentido.

Claro, os dois idiotas acabam por morrer, vítimas das criatura alienígenas. Mas o detalhe de como a história é má, é tudo o que acontece até esse ponto. Os dois tipos ficam a «passear» pelas grutas. Não quiseram ficar naquela onde tinham feito a descoberta com a equipa, mas uma vez que se sabem sozinhos e a ter de esperar por ajuda, armam-se em aventureiros? Mau. Difícil de acreditar. Mas mesmo se formos a acreditar, a seguir os dois encontram cadáveres alienígenas aos montes e dizem: "Este aqui parece ter sido rasgado de dentro para fora". E o que é que eles fazem quando encontram uma gruta cheia de potes suspeitos no chão? Potes esses que vertem um líquido estranho? Eles ficam por ali mesmo. E é nessa altura que reparam que o líquido se mexe. Assustam-se. E do líquido sai uma espécie de enguia. O que é que estes dois exploradores, que foram até ali sabendo que se tratava de vida alienígena e que existiam cadáveres rasgados «de dentro para fora» fizeram ao ver uma enguia? Disseram: "Oh, que querido!" e tentaram lhe dar festinhas. 

Lol. Mas será que nunca viram um filme de terror na vida? Ou subitamente deixam de estar dotados de instinto de sobrevivência e alerta? Então estão a lidar com o desconhecido e com uma presença mortífera desconhecida e vão dar uma «festinha» numa enguia com dentes?

Muito mau.
Para piorar, a personagem de Charlize Theron, que não é a principal, tem de morrer. E morre de forma ingrata, depois de se ter injectado para se salvar. Os estúpidos da tripulação da sua nave, decidiram sem qualquer credibilidade, se suicidarem. Como se fosse a coisa mais normal do mundo. Nem foi preciso pedir, eles oferecem-se para morrer. Sem terem laços de maior e após terem feito de tudo para sobreviver e proteger a própria vida. Decidem, quando já estão a salvo e prontos a regressar à terra, que o melhor é embateram na nave inimiga e se suicidarem na explosão.


Ok... Mas o filme consegue terminar com uma nota pior. E não, volto a dizer que não é pela presença do monstro do Alien. É porque o final é um plágio autêntico do relato de Ripley no primeiro filme Alien, do 8º passageiro. "O meu nome é Ripley e sou a única sobrevivente do Nostradamus". O que este filme fez foi mudar os nomes. E terminou de forma idêntica e muito, mas muito PIROSA.

É que a protagonista não tem 1/10 do carisma nem do talento de uma "Ripley".
Se isto tiver continuidade é por teimosia e porque não desistem de procurar lucro à pala de spin-offs de um sucesso dos anos 80. Mas merecer, não merece. Muito mau. 


Godzilla 2014 - uma bosta


2 e meia estrelas (10)

Não tinha grandes expectativas quanto ao filme, mas conseguiu ser mais desinteressante e menos de entretenimento do que podia imaginar. Nota que dou a este filme? Muito baixa.

Nem os efeitos especiais o salvam. Esses, já estamos fartos de ver. Faz-se de tudo com eles, o seu uso e principalmente abuso, tornou-se banal. Pelo que a história e atuações tem de ser especiais. O que me lembro? Muitos soldados estúpidos a disparar e operários parvos que ficam à espera de ser esmagados.

Demorou uma hora até aparecer a Godzilla. E até esse instante fiquei sem perceber se o animal meio mecânico que apareceu no início era a própria Godzilla - porque pensei que fosse.

Filme desinteressante, sem história, cheia dos clichés do costume e das situações habituais.


Só mais uma coisa (que devia ter sido a primeira mencionada): Porque é que nunca contratam uma pessoa jovem para fazer de pai e mãe do protagonista que é criança, mas depois se passam quinze anos e este já é adulto? É que o tempo só passou para o rapaz, que virou homem! Pai de um filho de 5! O agora «avô» continuava igual em cada ruga. Igual até na peruca usada pelo ator Bryan Cranston, conhecido protagonista da série Bracking Bad. Nem o comprimento ou cor do cabelo mudou! A sua interpretação, a meu ver, foi um exagero. Ou então foi o resto do filme que não conseguiu ter a carga dramática que o ator colocou na sua atuação. Pela primeira vez, não gostei de o ver a interpretar. Não me convenceu, e eu era fã desde Malcom in the Middle. Será que é porque é cinema?

Só mesmo hollywood para meter estas tangas e achar que está tudo bem, porque escolheu dois atores com nome feito e respeitado na praça. Errado. Pais velhos, com filhos crianças, já é difícil de engolir, porque significa que os tiveram bem tarde, por volta dos 40. Mas passados 15 anos, ver essas mesmas pessoas idênticas no aspeto retira toda a credibilidade à trama. Se têm 50, não passam por 20 nem 30. Ainda mais se não existe uma tentativa de os «rejuvenescer».

A única coisa positiva que tenho para sublinhar no filme é o detalhe das disquetes. Quando o pai busca a informação recolhida 15 anos antes, procura-a em disquetes. Até já é um pouco rebuscado, pois no ano 2000 já haviam cds e começara o declínio da disquete. Mas ainda assim, foi a única coisa bem metida. De resto não recordo de mais nada.

Mau, não recomendo que se perca tempo a ver.

What we do in the shadows - um filme 10 estrelas e qualquer coisa mais

10 estrelas (10)

"What we do in the shadows" (2014) é o melhor filme que vi nestes dias. 

Dou a este filme todas as 10 estrelas. Ele merece. É perfeito. A história está muito bem construída, é fresca e contemporânea. O guarda-roupa é diversificado e encaixa na perfeição nas personagens e no meio ambiente onde circulam. Bem filmado, bem dirigido, diálogos perfeitos, com cenários credíveis e uma excelente dinâmica das personagens, todas elas, mesmo as mais secundárias. A cereja em cima do bolo é a banda sonora, que encaixa na perfeição no espírito do filme. 



Aprecio filmes deste calibre. Já havia adorado "Vampirosos" (Sundown - Vampires in retreat), uma comédia de 1989, também sobre vampiros, mas numa história diferente. Acho que a crítica «mandou abaixo» o filme, mas eu adorei. Teve a originalidade de apresentar um roteiro novo, algumas cenas absurdas e uma atuação primorosa de David Carradine e Bruce Campbell. 

Voltando a "What we do in the shadows" - este também é um filme sobre vampiros. Mas não no contexto das histórias de sempre, que hollywood repete até à exaustão. Tal como o de 89, aqui "brinca-se" com a evolução dos vampiros, na forma como se relacionam com os humanos e arranjam novas formas de estar em sociedade. 

Em «What we do in the shadows» quatro vampiros dividem a mesma casa, tendo que lidar com os problemas das lides domésticas e dos egos. Eles são Deacon, Vlasdislav, Viago e Petey, o mais velho, com mais de 8000 anos. Um vampiro de aparência temerosa, que assusta até os outros vampiros, naquilo que é uma homenagem a Nosferatu (1922), o primeiro vampiro do cinema, ainda na época de filmes a preto e branco.

Com tanto tempo de existência, cada vampiro teve de se adaptar e encontrar novas formas de estar e
de passar o muito tempo que dispõem, estando um pouco desactualizados com a modernidade. E é neste contexto que a história dá uma refrescada. A certa altura os quatro vampiros acabam por aceitar a amizade de um humano. Não vou relatar muito da história, mas vale a pena ver como tal acontece, porque não é gratuito, não foi necessário inventar uma circunstância de dívida de vida - o humano não salvou nenhum vampiro da morte, não se compadeceu da sua humanidade ou situação e não eliminou algum caçador de vampiros mau e sem caráter. Nada dessas muletas hollywoodescas para fazer avançar o filme. A solução é muito mais plausível e natural: simpatizaram com dele. E as razões notam-se na história.

O humano, de nome Stu, é um rapaz tranquilo, muito calado, nada alarmista, e com umas bochechas muito rosadas. Ele acaba por funcionar no grupo como o elemento que proporciona um melhor contacto com as facilidades da vida actual - nomeadamente o potencial da internet. Não leva muito tempo para que os vampiros fiquem «viciados» naquilo. Fazem compras online, assistem a vídeos, contactam pessoas pelo chat... E tudo isto não passa de simples e rápidos apontamentos que enriquecem a história.

Há no filme uma cena curta, que vive mais do diálogo e das circunstâncias, que é muito cómica e por isso não resisto em descrever aqui. Quando os vampiros são introduzidos à internet, ficam, como é natural, maravilhados com tudo o que esta tem para oferecer. Quando estão a ver vídeos, a primeira coisa que se lembrar de pedir para ver é um por do sol. 

-"Ah, que bonito! Fantástico!" -dizem. Mas em segundos satisfazem a curiosidade e não demora nada até que o foco de interesse passe a ser outro totalmente diferente: mulheres. Nesse instante já não existem vampiros, humanos, coisa nenhuma. Só homens a babarem-se com os atributos físicos femininos. 


O desfecho da história é previsível e antecipa-se algumas cenas antes, mas nada disso fará alguém desgostar menos. Tem mortes de humanos e de vampiros, tem sangue sem aquele exagero ridiculo e descontextualizado da maioria dos filmes violentos americanos, tem lobisomens, brigas e festas. Os vampiros concordaram que uma equipa de reportagem faça um trabalho sobre suas vidas, de modo que o que o espetador vê, são as imagens dessas câmaras, que registam e documentam o dia-a-dia, sem interferir. Tal proporciona alguns momentos de relatos para a câmara, de embaraços e de comédia, como a cena da chávena de chá! Durante o baile, está muito bem metida uma piada, feita de forma sublime: numa panorâmica que habitualmente se fazem para filmar cenas de dança, a lente vai do salão, onde todos dançam, para a parede, onde existe um grande espelho. E como são quase todos vampiros, no reflexo só aparecem a dançar duas pessoas, rsss.

Cartaz satírico que presta homenagem à imagem clássica dos filmes de terror

Este filme que foi escrito pelos intérpretes Jemaine Clement (Vlasdislav) e Taika Waititi (Viago), merece uma sequela. 




 
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